Uma operação conjunta da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) desmantelou, na última sexta-feira (14/11), um esquema de falsificação e venda de anilhas usadas ilegalmente em aves silvestres.
A ação, denominada "Voo Rastreado", concentrou-se na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
O principal suspeito da fabricação e um segundo indivíduo, identificado como "laranja", foram presos em flagrante. A operação resultou na apreensão de um vasto material ligado à atividade criminosa, incluindo equipamentos de falsificação, pássaros mantidos ilegalmente e armamento irregular. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) também prestou apoio à investigação.
As investigações, que duraram mais de oito meses, revelaram que a produção das anilhas ocorria na RMBH. O monitoramento identificou uma intensa movimentação de mais de 2 mil remessas por meio dos Correios em apenas dois anos, com destino a praticamente todos os estados brasileiros. O falsificador utilizava dados falsos de conteúdo e remetente para tentar evitar a descoberta.
A partir desses levantamentos, a Justiça em Ribeirão das Neves expediu mandados de busca e apreensão e autorizou a interceptação de correspondências. Suspeitas foram confirmadas em 12/11, durante uma das interceptações, e o envio de diversos pacotes foi interrompido em 14/11.
No endereço do principal suspeito, foram encontrados insumos e instrumentos específicos para a produção das anilhas irregulares, como:
Maquinário a laser e de prensa manual.
Anilhas em branco.
Marcadores contendo números, logotipos, siglas e marcas exclusivas de órgãos públicos, incluindo o código único do SisPass/Ibama.
No local, a polícia também encontrou dois canários-chapinha sem autorização legal. O investigado foi autuado por crimes ambientais (Lei nº 9.605/1998, art. 29, § 1º, III), falsificação de selo ou sinal público (Código Penal, art. 296) e falsidade ideológica (Código Penal, art. 299) devido aos dados falsos fornecidos aos Correios.
Na residência do "laranja", que cedeu sua conta bancária para o falsificador, as equipes localizaram armas e munições de diversos calibres em situação irregular. Ele foi preso por posse e porte ilegal de arma de fogo (Lei nº 10.826/2003, arts. 12 e 16).

