Oposição menciona as recentes privatizações da Enem e da Sabesp, em São Paulo, como exemplos ruins
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) aprovou, nesta quarta-feira (17), o Projeto de Lei (PL) 4.380/2025 que permite o governador Romeu Zema (Novo) privatizar a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). O texto, que precisava do apoio de ao menos 48 deputados estaduais, recebeu o voto favorável de 53 deputados estaduais, contra 19 dos críticos a proposta. Todos os oito destaques apresentados pela oposição foram rejeitados pelos parlamentares.
Agora, o PL segue para sanção do governador do Estado. O público presente na galeria da Casa se manifestou contrário ao resultado aos gritos de “vergonha”.
O governo mineiro afirma que boa parte dos recursos provenientes da venda serão usados exclusivamente para a amortização da dívida que o Estado possui com a União, que atualmente está em quase R$ 180 bilhões, na adesão ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag).
A oposição, que obstruiu a votação da pauta , criticou a privatização da Copasa e relembraram os casos recentes de privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) e da concessão da energia para a Enel, que vem enfrentando dificuldades em fornecer energia para São Paulo, que está há quase uma semana com problemas de luz.
A deputada estadual Beatriz Cerqueira (PT) lamentou a ausência de prefeitos e prefeitas da discussão e afirmou que os municípios serão os principais afetados pela privatização.
“Nós votaremos a favor do povo mineiro. Votaremos a favor de uma Copasa estatal que deveria ser fortalecida, protegida. Foi por isso que fomos eleitos e foi por isso que juramos proteger a Constituição estadual”, afirmou a parlamentar.
A votação no Legislativo mineiro acontece dois meses depois após a ALMG aprovar a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 24/2023 que retirou a obrigatoriedade de realização de referendo popular para que a Copasa fosse privatizada. No site da Assembleia, o projeto recebeu mais de 10 mil votos contrários e apenas 188 favoráveis, em um espaço destinado a manifestação popular.

