O Sindicato dos Policiais Penais denunciou o aumento da violência no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves: apenas neste ano, 19 mortes foram registradas
A “Ciranda da Morte”, prática violenta entre detentos em unidades superlotadas, voltou a preocupar no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves. O alerta foi feito nesta terça-feira (29) por Magno Soares, diretor do Sindicato dos Policiais Penais, em entrevista à Itatiaia.
Ele denunciou um aumento expressivo da violência na unidade: 19 mortes foram registradas apenas neste ano, sendo 16 delas decorrentes de atos brutais, como espancamento e perfurações com facas artesanais.
“Hoje, no Martinho Drumond, onde também trabalho, a situação é calamitosa, um barril de pólvora prestes a explodir”, disse o sindicalista. Segundo ele, a preocupação é tanto com os presos sob responsabilidade do Estado quanto com os próprios policiais penais, que atuam em condições precárias. “Nossos agentes saem de casa sem saber se vão voltar para suas esposas, filhos, mães, para o seu lar”, afirmou.
Soares ainda alertou que o número real de mortos pode ser maior, já que muitos presos chegam aos hospitais já sem vida, o que dificulta o registro como homicídio dentro da unidade.
O presídio, construído para abrigar 1.047 detentos, hoje mantém 2.228 custodiados — mais que o dobro da capacidade, segundo a deputada estadual Andréia de Jesus (PT). O dado foi apresentado durante audiência pública realizada em 14 de julho, na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Procurada, a Secretaria de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) afirmou, por meio de nota, que “a lotação de unidades específicas não é divulgada, por razões de segurança”.
Ainda de acordo com a pasta, “todas as ocorrências que resultaram em óbitos de presos são alvo de investigação por meio de procedimentos internos, que podem resultar em sanções administrativas”. Veja a nota completa
''Para garantir melhores condições de custódia e ressocialização e enfrentar a demanda histórica por vagas no sistema prisional, em um cenário similar ao Brasil inteiro, o Governo de Minas começou a entregar cerca de 2.700 vagas em presídios e penitenciárias de todo o Estado. Há obras de novas unidades sendo erguidas, construções que estavam paralisadas há anos e que estão sendo finalizadas, além da entrega de ampliações de unidades importantes.
Com informações da Rádio Itatiaia