Minas Gerais acaba de atingir a marca histórica de 10 mil presos trabalhando enquanto cumprem pena. As ocupações variam desde a construção civil e a limpeza urbana até fabricação de circuitos elétricos, passando por artesanato, padaria, frigorífico, produção de roupas e sacolas. Para atingir essa estatística, o Programa Trabalhando a Cidadania tem cerca de 300 parceiros, entre empresas privadas, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscips), fundações, autarquias e mais de 30 prefeituras municipais.
Para trabalhar nas unidades prisionais o detento precisa passar pela indicação das Comissões Técnicas de Classificação (CTCs) das unidades prisionais. “A CTC, formada por advogado, médico, psicólogo, assistente social e agentes penitenciários, avalia a situação de cada preso, para ver se eles têm perfil para trabalho, analisando, por exemplo, questões de segurança e de saúde”, explica o secretário de Defesa Social, Lafayette Andrada.
Geração de renda
O detento Juliano Silva Zuddio, de 38 anos, trabalha na marcenaria do Presídio Antônio Dutra Ladeira, em Ribeirão das Neves. Ele, que é pai de seis filhos, conta que o salário que recebe é fundamental para ajudar os familiares. “Todos os meses mando o dinheiro para a minha família, que está em outra cidade”.
Além do salário, ele vê a atuação profissional como perspectiva para uma nova vida quando estiver livre. “O que aprendi aqui vai fazer parte da minha volta à sociedade. Pretendo voltar a trabalhar com caminhão, mas se não der certo vou trabalhar na marcenaria do meu pai, que está parada porque ele já está mais velho”, contou.
Agência Minas

