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Sobre as juventudes nevenses

De acordo com dados do IBGE de 2019, a população estimada da cidade de Ribeirão das Neves é de 334.858 habitantes, sendo que grande parte dessas pessoas são jovens. Temos exatamente 113.446 nevenses entre 10 e 29 anos, sendo 57.664 homens e 55.664 mulheres, e que apresentam indicadores sociais homogêneos, pois trata-se predominantemente de grupos de baixa renda, negros e com baixos índices educacionais. Essa realidade mostra a necessidade de atenção e investimentos nas áreas da educação, lazer, inserção profissional, e outras esferas ligadas a infância e juventude. Ainda, ouro dado importante, é o de matriculados no ensino fundamental; temos 41.426 jovens na educação infantil e, no ensino médio, outros 13.727, o que demonstra a importância do atendimento público e investimentos relativos a qualidade do ensino oferecido por tais instituições que tem grandes impactos na vida desses jovens.

A população jovem é diretamente atingida pelas dinâmicas de criminalidade violenta que são presentes na cidade. O Índice de Homicídios na Adolescência (IHA) de 2006, divulgado pelo Observatório das Favelas, para a cidade foi de 5%, o que colocava Ribeirão das Neves como a vigésima cidade mais perigosa para jovens de 12 a 18 anos do Brasil. No Mapa da Violência do Brasil do ano de 2015, dos 100 municípios com as maiores taxas médias de homicídio (por 100 mil) de adolescentes de 16 e 17 anos de idade durante 2011 e 2013, Neves apresentou média de 11 em 2011, 7 em 2012 e 8 em 2013, ocupando a posição de número 34 no ranking. Destaca-se o número de jovens vítimas de homicídio por armas de fogo que são altas, contando com média entre 2010/2012 de 79,1% de tentativas e 79,5% dos homicídios consumados.

Nesse contexto, torna-se evidente a necessidade de intervenção governamental, especialmente junto a esses jovens que, em sua maioria, estão privados das condições básicas de sobrevivência como acesso aos serviços de saúde, educação, lazer, ao trabalho, e outros como acesso à cidade e a criminalidade aparece como alternativa de vida. É fato que a população brasileira como um todo é afetada por tais problemas sociais, contudo, os jovens de periferia vivenciam essas dificuldades de maneira mais acentuada.

Observamos em Ribeirão das Neves limites no âmbito do alcance das políticas públicas específicas para as juventudes, marcadas pela improvisação e precarização de ações, consequências do baixo investimento financeiro, com pequenas ações de intervenções de curta duração, além do descaso com as instituições/organizações responsáveis pela efetivação das poucas ações para juventudes como conselhos tutelares, ONG’s, coletivos culturais e escolas. Com isso torna-se necessário a melhoria e ampliação dos investimentos, serviços e instituições que tenham como foco o cuidado com as juventudes da cidade assim como o mapeamento de ações já existentes sem suporte público, visando a formação de uma rede de proteção.

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