Os adolescentes que cumprem medidas sócio-educativas na unidade de Justinópolis tem uma motivo a mais para encarar o futuro por um outro ângulo. Implantado há três anos e meio pelo agente Júlio César, o "Tio Da Vinci", o projeto Arte e Cultura dá aos internos a oportunidade de desenvolver atividades artísticas e culturais, principalmente o teatro, dentro de fora da unidade.
De acordo com Júlio César, a ideia foi apresentada para a direção da instituição como um adendo ao trabalho já realizado na unidade, como forma de complementar a formação dos jovens. Para participar do teatro, os adolescentes têm que fazer testes de expressão corporal, facial e verbal para verificar a aptidão e, o mais importante, ter bom comportamento.
Júlio comenta que embora não haja um calendário fixo de apresentações externas, foi formado há pouco tempo um grupo de educadores para organizar as saídas, e a expectativa é que o número triplique. "O nosso recorde foi em 2009, com 23 saídas. Em setembro ou outubro desse mesmo ano, fomos à São Paulo nos apresentar no ginásio do Ibirapuera, numa parceira com a Fundação Casa", disse. O agente ressaltou a importância do trabalho desenvolvido na instituição: "Vale a pena a população saber que o Centro Sócio-educativo é um lugar ondem se educa o adolescente, dando a ele todo o amparo, inclusive com arte e cultura", enaltece.
Segundo o Coordenador de Atividades Internas e Externas, Antônio César, o Centro em Justinópolis possui um total de 72 adolescentes em cumprimento de medida sócio-educativa, dos quais 65 participam das atividades. "Durante o período em que eles estão cumprindo a medida, é ofertado de tudo para eles. Todos podem participar das atividades internas, mas nas externas apenas aqueles que têm bom comportamento, e de acordo com o ato infracional praticado, vão", destaca.
Para o Coordenador, as atividades do projeto Arte e Cultura são uma oportunidade para o futuro dos jovens após cumprirem a medida. "Existe o projeto 'Se Liga', que dá continuidade após o desligamento do jovem. Temos cerca de 30% de reincidência que, em geral, são adolescentes que optaram em não desenvolver nenhuma atividade durante o período de internação", afirma.
A psicológa do Centro, Débora Tatiana, ressalta que os meninos ficam muito tempo ociosos e o teatro vem a contribuir para que eles saiam da rotina, proporcionando o que eles mais gostam, que é a saída da unidade. Débora também participa da peça "Deu a louca no Jaculino" interpretando o papel de uma vendedora.